O vórtex, como evocação de vertigem, como ponto nevrálgico do mistério.

Quando fui convidado pela Bandeirola para fazer a ilustração temática para a coletânea de contos de crimes de quarto fechado, pensei em usar o caráter cartesiano de uma planta baixa, para a partir disto tentar desdobramentos até a construção de uma atmosfera de mistério. Julguei insólito, o que considerei bom, e, após algumas tentativas frustradas, em relação à transformação e manipulação do espaço, lembrei de como me impressionam os trabalhos do pintor dinamarquês Vilhelm Hommershoi, especificamente a ressonância de seus cômodos vazios, que têm a presença humana como algo temporalmente remoto, mesmo nos casos de uma figura humana representada. (…)